> ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS NA ENDOMETRIOSE
Não é incomum as pacientes que são submetidas a cirurgia de endometriose ficarem um pouco perdidas em relação ao que podem comer após a cirurgia.
As cirurgias, especialmente as de grande porte, desencadeiam estresse metabólico, além de aumentar o processo inflamatório como resposta natural ao pós-trauma cirúrgico. Esses aspectos, além de outros particulares que envolvam a paciente, o seu estado nutricional prévio, à cirurgia a qual foi submetida e o seu processo de recuperação, devem ser levados em consideração quando pensamos em
o que deve ser indicado comer
após a cirurgia de endometriose.
Para saber mais, siga a leitura!
Como qualquer cirurgia, em resposta ao trauma que ocorre durante o procedimento cirúrgico, é esperado que ocorra aumento do processo inflamatório, com maior mobilização do sistema imune e aumento de estresse metabólico, que tem como uma das características marcantes a presença temporária de resistência insulínica.
Assim, se seguirmos uma linha focada no individual, ao pensarmos no que é recomendado comer após a cirurgia de endometriose, devemos levar em consideração todas essas alterações, além do estado nutricional prévio e atual da paciente, entre outras características, particularidades que envolveram a cirurgia, e possíveis intolerâncias alimentares que podem surgir momentaneamente no pós-cirúrgico.
Em linhas gerais, deve-se buscar uma
dieta equilibrada e saudável, e, considerando que normalmente se tratam de pós-operatórios “não complicados”, a reintrodução alimentar deve ser o mais breve possível e na tolerância da paciente.
Hoje, nos protocolos voltados à cirurgias discute-se que
a reintrodução alimentar precoce é interessante inclusive nas cirurgias que envolvem o aparelho gastrointestinal, e que essa medida auxilia a paciente em seu processo de recuperação, diminui o tempo de retorno das funções intestinais, diminui a resposta catabólica, reduz o tempo de cicatrização de feridas, diminui a incidência de complicações, risco de deiscência, estimula o sistema imune, diminui o risco de translocação bacteriana e o tempo de internação.
Pensando em termos de macronutrientes, não havendo questões renais envolvidas que limitem o consumo de proteínas, é interessante estabelecer uma dieta tendendo à hiperproteica, associada a boas gorduras e carboidratos ricos em fibras e de menor índice e carga glicêmica.
Quanto aos micronutrientes é interessante estimular o consumo de alimentos ricos em vitaminas, minerais, compostos bioativos, aminoácidos, fitoquímicos, pois estes, juntamente com os macronutrientes, a água (não podemos esquecer dela!) e fibras (modular o seu consumo de acordo com a função intestinal), irão auxiliar na modulação de todos os processos envolvidos no trauma pós-cirúrgico mencionados anteriormente e, assim, auxiliar na recuperação mais rápida e efetiva dessa paciente.
Somado a isto, é interessante estimular o consumo de alimentos laxantes para aquelas pacientes que no pós-cirúrgico tenderem a ficar um pouco mais constipadas (o mais frequente).
Ademais, considerando que é habitual a ocorrência de maior formação de gases intestinais e flatulência, é interessante evitar de imediato alimentos que reconhecidamente podem causar mais fermentação, como os FODMAP (sigla derivada do inglês
fermentable oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides, and polyols), por exemplo, e por outro lado, introduzir ervas e temperos que possuem ação carminativa, ou seja, àqueles que têm a propriedade de controlar gases dos intestinos, os quais podem ser introduzidos na forma de chás, o que também vai auxiliar na ingestão de líquidos. Vale ressaltar que a redução do consumo de alimentos FODMAP deve ser temporária e deve ser por pouco tempo, haja visto que em longo prazo e sem razões muito bem estabelecidas a exclusão desses alimentos pode propiciar a problemas na saúde intestinal.
Assista:
Assim, juntando todas as informações mencionadas acima e olhando na ótica de alimentos em si, indica-se o consumo de fontes de proteínas magras (carnes de preferência brancas, produtos lácteos magros e de acordo com tolerância individual, eventualmente proteínas em pó), frutas, legumes e verduras frescos, oleaginosas (evitar castanha de caju e pistache) e sementes, cereais integrais e bebidas a base de água como chás, por exemplo.
Para além do cuidado nutricional perioperatório, ou seja, que se inicia antes do ato cirúrgico e que vai até a total recuperação da paciente,
é importante que a mesma mantenha uma alimentação saudável e adequada às suas necessidades.
A alimentação saudável, variada e personalizada é um dos
pilares base quando pensamos em
estilo de vida saudável. Por meio dela podemos propiciar a esta paciente uma melhor oferta de nutrientes que irá auxiliá-la no melhor funcionamento do seu organismo e minimizar o risco de surgimento de outras eventuais condições relacionadas a hábitos alimentares inadequados, bem como minimizar riscos inerentes a déficits ou excessos nutricionais.
Ademais, a oferta e manutenção de uma
alimentação saudável, variada e personalizada pode contribuir, ainda, para que esta paciente tenha
melhor disposição, qualidade do sono, e melhor gerenciamento de estresse e ansiedade.
A Alira conta com um corpo clínico com nutricionistas que têm experiência em auxiliar pacientes que passam pelo processo cirúrgico da endometriose, e pode lhe auxiliar a melhor direcionar as escolhas alimentares para esse período, bem como em outras situações e após ele.
Caso precise, ficaremos felizes em ajudar! Em
nossa página você pode encontrar mais informações que lhe podem ser úteis.