Entenda tudo sobre a Incontinência Fecal Feminina
Lilian • 6 de novembro de 2023

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A incontinência fecal pode ser um tópico delicado, mas é uma realidade para muitas mulheres e merece nossa atenção e compreensão. Esta condição, que se manifesta como uma perda involuntária de fezes, não apenas apresenta desafios físicos, mas também pode carregar um peso emocional significativo para quem a vivencia. Neste artigo, vamos trazer não apenas o que significa ter incontinência fecal, mas também como podemos gerenciar, tratar e, mais importante, oferecer suporte a quem enfrenta essa jornada.


Continue acompanhando para conhecer mais sobre essa condição!


O que é Incontinência Fecal?


A incontinência fecal refere-se à incapacidade de controlar a eliminação das fezes, levando a episódios involuntários de escapes fecais. Embora seja uma condição que pode afetar pessoas de todas as idades, é mais comum em idosos e mulheres que passaram por partos vaginais. A condição pode variar em gravidade, desde a liberação ocasional de pequenas quantidades de fezes, ao passar gases, até a incapacidade total de controlar o intestino.


Tipos de Incontinência Fecal


Existem diferentes tipos de incontinência fecal, classificados com base na causa e gravidade:


  1. Incontinência Passiva: Ocorre quando uma pessoa libera fezes sem perceber, sendo comum em casos onde o esfíncter anal está lesionado ou enfraquecido. Podem ser percebidas como perdas de gases involuntárias ou aparecimento de pequenas manchas de fezes ou muco na calcinha.
  2. Incontinência por Urgência: Caracterizada pela necessidade súbita e incontrolável de evacuar, muitas vezes sem aviso, impedindo a pessoa de chegar ao banheiro a tempo.
  3. Incontinência Fecal Mista: quando associa a incontinência passiva com a de urgência.
  4. Incontinência Fecal Funcional: Ocorre em pessoas que têm o funcionamento normal do intestino e do esfíncter anal, mas devido a condições físicas ou mentais, não conseguem chegar ao banheiro a tempo.
  5. Incontinência por Transbordamento: Acontece quando fezes duras e secas se acumulam no reto e bloqueiam a passagem, fazendo com que fezes líquidas vazem ao redor do bloqueio.


Cada
tipo de incontinência fecal tem suas próprias causas e fatores de risco, e o tratamento adequado pode variar de acordo com o tipo e a gravidade da condição.


Causas da Incontinência Fecal em Mulheres


A incontinência fecal em mulheres pode ser atribuída a várias causas. Algumas das mais comuns incluem:


  • Lesão durante o parto: Durante um parto vaginal, pode ocorrer dano ao esfíncter anal ou aos nervos, levando à incontinência.
  • Cirurgia retal ou anal: Procedimentos cirúrgicos nessa região podem afetar os músculos ou nervos responsáveis pelo controle das fezes.
  • Condições neurológicas: Doenças como esclerose múltipla, doença de Parkinson ou um derrame podem afetar os nervos que controlam o esfíncter anal.
  • Idade avançada: Com o envelhecimento, os músculos do esfíncter anal podem enfraquecer.
  • Doenças inflamatórias intestinais: Condições como a doença de Crohn ou colite ulcerativa podem causar diarreia crônica, levando à incontinência fecal.


Fatores de Risco


O risco de incontinência fecal em mulheres pode ser ampliado por diversos fatores. Mulheres que passaram por múltiplos partos vaginais têm uma chance maior de desenvolver a condição devido a possíveis lesões. A presença de doenças como diabetes, obesidade e outras condições neurológicas, cirurgias anteriores na área anal ou retal, o processo natural de envelhecimento, especialmente após a menopausa, e um histórico familiar de incontinência fecal também são indicativos de uma maior predisposição à condição.


Sintomas e Diagnóstico


Os sintomas mais comuns da incontinência fecal feminina são:


  • Liberação ocasional de pequenas quantidades de fezes ao passar gases.
  • Vazamento involuntário de fezes líquidas ou sólidas.
  • Vontade urgente de evacuar, muitas vezes de forma inesperada.
  • Sensação de inchaço e desconforto na região retal.


O diagnóstico da incontinência fecal é baseado na avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente, seu histórico médico e exames clínicos.


Exames e Avaliações Clínicas


Para um diagnóstico preciso da incontinência fecal, são realizados diversos exames e avaliações clínicas:


Exame clínico
: O médico realiza uma inspeção visual e palpação da região anal e retal para verificar anormalidades. É muito comum verificarmos a associação da incontinência fecal com outras doenças como prolapsos genitais e incontinência urinária, já que têm os mesmos fatores de risco.


Manometria anorretal:
Mede a pressão do esfíncter anal, avaliando sua força e desempenho.


Eletromiografia (EMG)
: Avalia a atividade dos músculos e nervos na região anal e retal.


Ultrassonografia endoanal
: Fornece imagens detalhadas dos tecidos ao redor do reto, ajudando a identificar possíveis lesões ou anormalidades.


Defecografia
: Um exame de raios-X que avalia o processo de evacuação e identifica anormalidades na estrutura ou função do ânus e reto.


Teste de sensibilidade retal
: Determina a quantidade de fezes que o reto pode suportar e a sensação correspondente.


Tratamentos Disponíveis


A incontinência fecal é uma condição que pode ser tratada de diversas maneiras, dependendo da sua causa, gravidade e impacto na qualidade de vida do paciente. As opções de tratamento variam desde mudanças no estilo de vida e dieta até intervenções médicas mais avançadas.


Medicamentos e Cirurgias


Medicamentos


Existem medicamentos específicos que podem ajudar a controlar a diarreia ou a constipação, dependendo do tipo de incontinência fecal. Alguns medicamentos fortalecem o esfíncter anal, enquanto outros podem alterar a consistência das fezes, tornando-as mais fáceis de controlar.


Cirurgias


Em casos mais graves ou quando outros tratamentos não são eficazes, a cirurgia pode ser recomendada. Os procedimentos cirúrgicos incluem a reparação do esfíncter anal, a colocação de um esfíncter artificial ou a realização de uma colostomia, que desvia as fezes para uma abertura no abdômen. A escolha do procedimento depende da causa e da intensidade da incontinência.


É essencial que os pacientes discutam com seus médicos as melhores opções de tratamento para seu caso, considerando os benefícios e riscos de cada método.


Prevenção e Cuidados


Para prevenir a incontinência fecal é fundamental adotar uma série de medidas e cuidados que podem minimizar o risco de desenvolver a condição ou reduzir a gravidade dos sintomas em pessoas já afetadas. Estas medidas são essenciais para manter a qualidade de vida e evitar complicações.


Exercícios e Dieta


Exercícios


A
fisioterapia pélvica, que inclui exercícios para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, pode ajudar na prevenção e tratamento da incontinência fecal. Estes exercícios melhoram o controle muscular e a função do esfíncter anal.


Dieta


A alimentação desempenha um papel crucial na prevenção da incontinência fecal. Uma dieta rica em fibras ajuda a regular o trânsito intestinal, prevenindo tanto a diarreia quanto a constipação. Além disso, é importante monitorar e limitar a ingestão de alimentos que podem irritar o intestino ou causar diarreia. Manter-se hidratado também é vital para a saúde intestinal.


Consultas regulares com profissionais de saúde também são essenciais para orientação e monitoramento adequados.


Impacto Psicológico e Qualidade de Vida


Além das consequências físicas, a incontinência fecal pode ter um profundo impacto psicológico. A vergonha e o constrangimento associados aos episódios podem levar ao isolamento social, evitando atividades cotidianas e interações sociais. Isso pode resultar em sentimentos de depressão, ansiedade e baixa autoestima. A qualidade de vida do indivíduo é diretamente afetada, pois a preocupação constante com possíveis incidentes pode limitar a participação em eventos sociais, trabalho e lazer.


Buscando Apoio


Conversar com profissionais de saúde pode proporcionar uma compreensão mais clara da condição e das opções de tratamento. Grupos de apoio e terapia podem oferecer um espaço seguro e acolhedor para compartilhar experiências e aprender mecanismos de enfrentamento. Além disso, a educação e a compreensão da condição podem ajudar a reduzir o estigma associado e encorajar os indivíduos a buscar tratamento e retomar uma rotina ativa, saudável e satisfatória.


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A incontinência fecal é uma condição desafiadora, mas com o diagnóstico e tratamento adequados, é possível gerenciá-la efetivamente. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando sintomas de incontinência fecal, é essencial buscar ajuda médica e informar-se sobre as opções de tratamento que atendam às suas necessidades de forma individualizada.


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Dra. Lilian Fiorelli

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