O que você precisa saber sobre anticoncepcional na adolescência
Lilian Fiorelli • 20 de fevereiro de 2018

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A adolescência é um período de muitas mudanças e novas experiências. É nesta fase, compreendida entre os 11 e os 19 anos, que ocorre a transição da infância à vida adulta. Com ela, inicia-se todo um processo psíquico e biológico de rápido desenvolvimento do corpo, da mente, das ideias, visões e comportamentos.

É na adolescência, também, que os hormônios se tornam os grandes protagonistas , proporcionando transformações na aparência e, principalmente, levando às descobertas sexuais.

Com todas essas alterações, começam a surgir dúvidas quanto aos métodos contraceptivos, especialmente sobre o uso de anticoncepcional na adolescência .

Em primeiro lugar, é importante consultar um ginecologista para receber todo o suporte no sentido de evitar tanto doenças sexualmente transmissíveis quanto uma gravidez indesejada.

No entanto, como informar-se não faz mal a ninguém, abaixo, você encontra alguns aspectos interessantes sobre a utilização de anticoncepcional na adolescência.

A adolescência e a necessidade de orientação

As meninas, quando chegam à essa fase, começam a ganhar traços de mulher, principalmente após a primeira menstruação. Além das mudanças físicas, que são nítidas, elas iniciam o processo de amadurecimento e os desejos sexuais afloram.

A família possui um papel importante na construção do conhecimento dos jovens sobre esse assunto, justamente porque o tema sexo ainda é considerado um tabu, especialmente durante a adolescência.

Seja por aspectos culturais, religiosos, por puro constrangimento ou ainda por acharem erroneamente que falar sobre sexo pode ser um estímulo ao ato, muitos pais e mães ignoram essa responsabilidade. Com isso, os filhos acabam iniciando a vida sexual sem a orientação adequada. Dessa forma, os riscos de contrair DSTs e de uma gestação precoce aumentam muito.

O uso de anticoncepcional na adolescência

Dentre as diversas dúvidas que surgem na adolescência, o uso da pílula anticoncepcional é uma das mais comuns. Muitas jovens se perguntam sobre sua finalidade, segurança, eficácia e, principalmente, se ela pode trazer alguma consequência a longo prazo.

Primeiro, é importante entender o que é, de fato, o contraceptivo hormonal. Esse medicamento combina hormônios orgânicos e sintéticos que agem evitando a ovulação. Portanto, sua tarefa é impedir a fecundação.

Há diversas variações do fármaco, misturando diferentes hormônios e dosagens, e todas costumam ser bem toleradas pelo organismo feminino. Dos comprimidos orais, algumas cartelas possuem 21 comprimidos e outras, 24, e é necessário realizar uma pausa até completar o 28º dia, quando geralmente ocorre a menstruação.

Mas não se preocupe! Durante esse período, a pílula segue funcionando para fins de prevenção da gravidez.

As versões mais antigas dos anticoncepcionais, que continham em sua fórmula outros tipos de hormônios e em concentrações mais elevadas, traziam muitos efeitos colaterais. Porém, com o avanço da medicina, os contraceptivos orais disponíveis atualmente reduziram muito essas preocupações. Além disso, eles passaram a oferecer outros benefícios às mulheres, como melhora da TPM, cólicas, diminuição do sangramento e eventualmente melhora da acne

A maioria das adolescentes preferem e têm boa adaptação com o método por via oral. Contudo, ao invés dele, o médico pode indicar adesivo transdérmico, injeção, anel vaginal, implante subdérmico e em casos selecionados até dispositivo intra-uterino (DIU); sendo que este último era muito controverso na literatura médica no passado para as adolescentes, mas hoje em dia dependendo do tamanho do útero e quando bem indicado pelo médico pode ser uma excelente alternativa.

Seja qual for o método, é importante lembrar que nenhum deles protege contra doenças sexualmente transmissíveis, por isso o uso da camisinha (masculina ou feminina) é indispensável em todas as relação do começo ao fim! Nada de colocar só no final da relação hein!

Prós e contras de se tomar anticoncepcional na adolescência

Antes de qualquer coisa, é fundamental desmentir o mito de que o uso de anticoncepcional na adolescência pode levar à infertilidade . É justamente o contrário! Tanto que o medicamento é utilizado para tratar a endometriose , doença que pode prejudicar a capacidade de engravidar.

Além da função de contracepção, ela pode trazer diversos benefícios, como reduzir o fluxo menstrual e a cólica e organizar o ciclo , visto que nos primeiros meses muitas jovens sofrem com a irregularidade da menstruação.

Outro ponto positivo do uso de anticoncepcional na adolescência diz respeito a problemas de pele. Seus hormônios ajudam a diminuir a oleosidade cutânea e, consequentemente, podem contribuir para a melhora das temidas espinhas, tão tradicionais nessa idade.

O medicamento é muito utilizado para tratar a síndrome do ovário policístico (SOP) , um distúrbio hormonal muito comum nesta fase da vida que provoca a formação de cistos nos ovários e pode alterar o ciclo menstrual.

Como dissemos anteriormente, a pílula também é bastante eficaz no controle da endometriose , já que bloqueia a produção excessiva de estrogênio, o grande estimulador do crescimento do endométrio (que é o que origina os sintomas da doença).

E atenção!

É importante frisar que, antes de qualquer decisão, é imprescindível procurar um ginecologista. Só ele poderá avaliar os antecedentes e o perfil da jovem para indicar o melhor medicamento em cada caso sem ocasionar riscos. Comprar e tomar a pílula sem a orientação de um profissional coloca seu bem-estar em risco.

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