Falar sobre cistocele, ou bexiga caída, ainda é um tabu entre a população feminina. Mas se você sofre com algum sintoma associado com essa condição, o mais indicado é procurar ajuda. Entenda como é o tratamento para bexiga caída para poder fazer o acompanhamento adequado.

Os sintomas podem ser bem desagradáveis e incômodos, podendo prejudicar até mesmo sua vida sexual. Para você ficar atenta aos detalhes sobre esse quadro, nós preparamos esse post para te ajudar! Não deixe a vergonha atrapalhar sua qualidade de vida!

Boa leitura!

Bexiga caída: o que é?

A bexiga caída também é conhecida como cistocele ou prolapso genital. Ela acontece quando estruturas das paredes vaginais, responsáveis pela fixação da bexiga, enfraquecem devido a algum fator. A bexiga é sustentada por um conjunto de músculos (músculos do assoalho pélvico) e tecidos conjuntivos (fáscias e ligamentos) e quando esses enfraquecem ela acaba “caindo” na vagina, como uma hérnia.

O enfraquecimento deles pode ser devido ao envelhecimento ou algum estresse, como o parto. A sensação descrita é que há uma bola na vagina ou um peso incômodo.

Essa “queda” da bexiga pode ocorrer em quatro graus, chamados Estadios:

Estadio 1: a bexiga se locomove em direção à vagina, e pode chegar a 2 cm acima da linha do hímen. Os sintomas podem ser considerados leves, como sintomas de bexiga hiperativa, mas em alguns casos inexistentes.

Estadio 2: a bexiga desce até a abertura da vagina, e pode ultrapassar 1 cm da linha do hímen. Podem não haver sintomas quando ainda está para dentro do hímen, ou só sintomas de bexiga hiperativa, mas é nesse estágio que começa a sensação de ter uma bola na vagina e até desconforto sexual.

Estadio 3: a bexiga passa mais de 1 cm para fora da linha do hímen e a sensação é de que aquela bola está saindo da vagina. Em alguns casos pode até ocorrer escoriações da região vaginal exposta para fora da vagina com lesões e infecções locais e em muitos casos há necessidade de empurrar a "bola" para dentro da vagina para conseguir fazer xixi.

Estadio 4: neste estágio, a bexiga sai totalmente para fora da vagina e a mulher sente uma bola muito grande na região. Algumas mulheres têm dificuldade de empurrar a "bola" para dentro da vagina, deixando urina presa na bexiga (retenção urinária); o que aumenta o risco de infecções urinárias de repetição além do risco de evoluir para uma insuficiência renal.

Quais os sintomas e as causas?

Os sintomas mais comuns de cistocele envolvem, sintomas de bexiga hiperativa, como a urgência para urinar, sensação de "bola na vagina", dor no ato sexual, infecções urinárias recorrentes e dificuldades de esvaziar a bexiga na hora de urinar.

Os impactos da cistocele não estão apenas na saúde e qualidade de vida, mas nas relações sociais. A mulher se sente envergonhada com sua situação e acaba diminuindo as interações sociais e até mesmo as atividades físicas.

As causas para o desenvolvimento de bexiga caída podem ser muitas, mas a principal é lesão vaginal durante o parto vaginal (normal ou fórcipe). 

Outros fatores que resultam nesse quadro incluem menopausa, prisão de ventre, obesidade, tosse crônica, duas ou mais gestações, exercícios físicos de alto impacto sem força adequada do assoalho pélvico (por exemplo crossfit e halterofilismo), doenças de colágeno, tabagismo e envelhecimento.

Quais os tratamentos para bexiga caída?

Apesar de existirem várias possibilidades de tratamento para cistocele, o médico irá recomendar de acordo com a gravidade do seu caso. Os graus mais leves geralmente são solucionados com exercícios fisioterápicos, enquanto os casos mais graves podem necessitar de intervenção cirúrgica.

Entre os tratamentos disponíveis, podemos citar:

Evitar esforço abdominal intenso: durante o tratamento é importante evitar trabalho ou exercício pesado. Ao fazer muito esforço na barriga, você empurra a bexiga ainda mais para baixo e ainda sem um suporte adequado, o que  pode piorar o quadro.

Perda de peso: controlar o peso ajuda na prevenção do desenvolvimento de bexiga caída, já que diminui a pressão da barriga. Além disso, a obesidade é considerada como um fator de risco à saúde em geral.

Terapia de reposição de estrogênio: o estrogênio é muito usado para tratar os sintomas da menopausa, mas uma mulher com cistocele pode se beneficiar desse tratamento quando for feito por via vaginal. Entre seus benefícios, ele promove o fortalecimento da mucosa vaginal e ajuda a manter a vagina saudável, sendo um adjuvante no tratamento das mulheres com prolapso e com atrofia vaginal associada.

Uso de energia vaginal: É o conhecido Laser vaginal, que pode usar vários tipos de energia como Laser de CO2, Laser de Erbium Yag, radiofrequência e ultrassom microfocado. Indicado para mulheres com atrofia genital para melhorar o suporte da mucosa vaginal, sendo um adjuvante no tratamento das mulheres com essa condição.

Exercícios de Kegel e outros exercícios de assoalho pélvico: trata-se de um conjunto simples de exercícios que promovem o fortalecimento da musculatura pélvica. É usado para tratar quadros leves e moderados de bexiga caída. Também pode ser usado como complemento de outros tratamentos em graus mais graves.

Pessário: é um dispositivo de uso intravaginal usado como suporte para manter a bexiga no lugar. O uso do pessário é indicado quando os sintomas forem moderados para melhora de qualidade de vida. Pode ser usado como um tratamento permanente como no caso de mulheres que têm indicação de cirurgia e não vão realizá-la por algum motivo (condições de saúde, financeira ou por vontade de não realizar cirurgia). Ou ainda, pode ser indicado para manter qualidade de vida por um período até estar apta a operar.



Cirurgia: Ela pode ser feita de quatro maneiras, sempre minimamente invasiva: cirurgia vaginal, laparoscópica, laparoscópica assistida por robô ou ainda combinada (vaginal + laparoscópica ou robótica). Geralmente nos casos cirúrgicos coexistem mais de um tipo de prolapso, como cistocele, retocele, prolapso de útero e até rotura dos músculos do períneo. Muitas vezes também pode necessitar de correção de incontinência urinária. Nestes casos é muito importante uma avaliação do médico uroginecologista para realizar a correção de todos os defeitos em conjunto para que não haja piora de prolapsos antes leves. Algumas cirurgias corrigem os defeitos com pontos, mas em muitos casos pode ser necessário o uso de telas ou faixas sintéticas.

Converse com um especialista

Se você chegou até aqui e entende que pode estar com um quadro de bexiga caída, busque ajuda médica. Entre em contato com a Clínica Alira e marque uma consulta com uma uroginecologista. Assim você poderá entender qual o grau do seu problema e qual será o melhor tratamento.

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