A endometriose é uma das doenças mais prevalentes nas mulheres em idade reprodutiva. Estima-se que entre 7 a 10% de todas as mulheres tenham endometriose, ou seja, cerca de 1 em cada 10. Atualmente, é a principal causa de infertilidade feminina, além de ser a principal causa de dor pélvica nas mulheres.
A endometriose é uma das doenças mais prevalentes nas mulheres em idade reprodutiva. Estima-se que entre 7 a 10% de todas as mulheres tenham endometriose, ou seja, cerca de 1 em cada 10. Atualmente, é a principal causa de infertilidade feminina, além de ser a principal causa de dor pélvica nas mulheres.
Por ser uma doença crônica, o tratamento da endometriose deve ser feito durante toda a vida. E, hoje em dia, o papel da alimentação saudável como parte do tratamento está bem estabelecido. Manter uma boa dieta pode ter impacto significativo no controle dos sintomas.
Mas qual seria a relação entre alimentação e endometriose? Aqui vamos citar as principais associações entre elas:
Sendo assim, é essencial conhecer quais hábitos alimentares podem ser protetores e quais poderiam atrapalhar o controle da doença.
Neste e-book você irá conhecer mais sobre a endometriose, suas causas, sintomas, quais as relações entre a doença e o estilo de vida da mulher, além de entender como funciona a relação entre nutrição e endometriose.
Contudo, é importante ressaltar que essas orientações não são individuais e, portanto, não substituem uma avaliação e acompanhamento nutricional por um profissional especializado.
Boa leitura!
Endometriose
A endometriose se caracteriza pela presença de tecido semelhante ao do endométrio (tecido que reveste internamente o útero), fora do útero. Assim como o endométrio, as lesões de endometriose respondem aos hormônios do ciclo menstrual de forma semelhante. Ou seja, durante a menstruação há maior inflamação, o que geralmente causa maior dor nesse período. As lesões de endometriose podem estar presentes em várias regiões do corpo, mas costumam ser mais encontradas na pelve (região mais baixa do abdômen).
Em casos extremos, pode acometer órgãos mais distantes, como pulmão e sistema nervoso central. Mas esses são os casos mais raros! Para se ter uma ideia, a endometriose acomete em torno de sete milhões de brasileiras. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde , ela chega a afetar 15% das mulheres em fase reprodutiva no mundo todo.
Uma das dúvidas da endometriose mais comuns diz respeito às suas causas. E não à toa, visto que não há uma definição concreta sobre o que leva ao surgimento da doença. O mais provável é que talvez não exista apenas uma causa, visto que existem diversas teorias para explicar o aparecimento e crescimento dessas lesões. Uma das teorias mais conhecidas é a da chamada “menstruação retrógrada”. Nela, o fluxo menstrual além de sair por via vaginal, retorna através das trompas e cai na pelve. O problema dessa teoria é que praticamente todas as mulheres têm menstruação retrógrada. Sendo assim, só isso não explica porque apenas uma pequena parcela dessas mulheres desenvolvem a endometriose.
Outras teorias incluem a origem embrionária dessas lesões, e outra ainda seria a transformação de células em células de endometriose (chamada de metaplasia). A disseminação através da corrente sanguínea também poderia explicar endometriose em locais como o cérebro e pulmões. Mas são todas teorias, por enquanto. Outra questão associada é o fator imunológico. Em condições normais, nosso corpo é capaz de reconhecer e eliminar células que estão em locais inadequados. Em pacientes com endometriose, as células da doença estão em locais inadequados, mas por algum motivo não são eliminadas dessa região. A alimentação também é outro fator que influencia o risco de ter endometriose. Alimentos inflamatórios contribuem para um processo chamado de estresse oxidativo, que está associado à endometriose. O consumo excessivo desses alimentos, portanto, aparentemente contribui para aumento dos sintomas, ou mesmo para aumento das lesões. Um dos fatores de risco predominantes da endometriose, segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose, é o fator genético. Cerca de 51% dos casos de endometriose ocorrem em pessoas que apresentam casos da doença na família.
De todos os sintomas relacionados à endometriose, os mais comuns são:
Segundo a Associação Brasileira de Endometriose, em torno de 40% das mulheres portadoras da doença podem apresentar infertilidade em consequência da endometriose.
A relação entre a doença e o estilo de vida da mulher
Alguns especialistas justificam o aumento no número de casos de endometriose pelas mudanças no estilo de vida das mulheres. Além de muitas adiarem a maternidade por questões pessoais e profissionais, situações como sono de má qualidade, estresse e sedentarismo, afetam negativamente o sistema imunológico. E alterações no sistema imune podem contribuir com o desenvolvimento de doenças inflamatórias.
Existe ainda a influência da nutrição na endometriose. A mudança no padrão alimentar, possuindo maior presença de alimentos ultraprocessados, consumo excessivo de gorduras, açúcar e carne vermelha, associada à diminuição no consumo de frutas, verduras, e legumes, pode ter colaborado com a piora de processos inflamatórios e, consequentemente, com a evolução da doença e seus sintomas.
Como os hábitos
saudáveis podem contribuir
A adoção de hábitos saudáveis pode melhorar a qualidade de vida das mulheres e certamente faz parte do tratamento. Mudanças no estilo de vida são benéficas não somente para a endometriose, mas também para a prevenção de diversas outras doenças.
Estes são os principais cuidados com a saúde a serem tomados:
Cuidados com a alimentação durante o tratamento
Por tudo o que já foi dito anteriormente, sabemos que cuidar da alimentação é parte essencial do tratamento. Além de aliviar os sintomas, modificar a dieta traz equilíbrio para o funcionamento do corpo, promovendo a melhora na saúde como um todo.
As frutas, verduras e legumes são fontes de vitaminas e minerais que colaboram para melhorar a defesa do organismo e controlar a inflamação.
Além do mais, esses alimentos possuem fitoquímicos e compostos bioativos que apresentam ação antioxidante contra radicais livres, reduzindo o estresse oxidativo e o risco de doenças. Escolher cores e tipos diferentes de frutas e vegetais faz com que a dieta fique ainda mais rica e balanceada.
Alimentos ricos em vitaminas C e E: são importantes por serem as principais vitaminas antioxidantes. Frutas (goiaba, laranja, manga, kiwi, morango, mexerica) e hortaliças (brócolis, couve manteiga, pimentão, tomate) são excelentes fontes de vitamina C. Já a vitamina E está presente nos óleos vegetais, abacate, oleaginosas e semente de girassol.
Estudos têm demonstrado que as fibras ajudam o nosso corpo a equilibrar o metabolismo de hormônios através da eliminação pelas fezes.
Como a progressão da endometriose é dependente do hormônio estrogênio, o equilíbrio de seus níveis pode ser interessante para controlar os sintomas. O consumo adequado de fibras contribui para o bom funcionamento intestinal. Incluir folhas, sementes, aveia, quinoa, cereais integrais e leguminosas, é uma excelente estratégia para aliviar a constipação intestinal.
Quando o intestino passa a funcionar regularmente, o que se observa é a redução da dor e o aumento na sensação de bem-estar.
Entretanto, vale lembrar que se houver alguma alteração digestiva, como a síndrome do intestino irritável, por exemplo, é importante procurar um profissional especializado para poder individualizar o tratamento.
Outro ponto importante é que, para que a fibras tenham um bom efeito, é fundamental ingerir quantidade suficiente de água (pelo menos 1,5 L por dia!).
Nem todo tipo de gordura favorece a inflamação. Os ácidos graxos da classe ômega-3, por exemplo, podem exercer papel anti-inflamatório. Eles estão presentes em alguns peixes e frutos do mar, oleaginosas, sementes de chia e de linhaça.
Escolher melhor o tipo de gordura a ser utilizada na alimentação é o caminho certo. As gorduras monoinsaturadas, presentes no azeite de oliva, oleaginosas e abacate são menos inflamatórias.
Já as gorduras saturadas que estão nas carnes vermelhas e laticínios integrais, podem contribuir para o aumento da inflamação quando consumidas em excesso.
Entre todos os tipos de gorduras, as chamadas gorduras trans são aquelas que possuem o maior potencial pró-inflamatório. Apesar de sua presença ter diminuído nos alimentos processados nos últimos anos, elas ainda podem ser encontradas em bolos industrializados, biscoitos e bolachas, salgadinhos, pães doces, chocolates e sorvetes.
Para verificar sua presença, é preciso ler o rótulo dos alimentos e checar se existe “gordura vegetal hidrogenada” na lista de ingredientes.
Orientação nutricional
A endometriose é uma doença que pode prejudicar substancialmente a qualidade de vida das mulheres. Mas, muitas vezes é possível reduzir seu impacto negativo no bem-estar físico e mental, através de melhores escolhas alimentares.
Alimentos ultraprocessados são produtos que passam por diversas etapas de processamento e contém ingredientes que não são considerados comida, os chamados aditivos alimentares.
Geralmente são ricos em gordura saturada, açúcar, sal e gordura trans, e, por isso, favorecem a inflamação. Procure ler os rótulos dos alimentos e busque aqueles que possuem uma lista de ingredientes mais enxuta, sem “nomes estranhos”!
E, com certeza, diminua a presença dos seguintes alimentos no seu cardápio:
Comece devagar e faça mudanças gradativas em sua alimentação! Aos poucos, vá percebendo como seu corpo responde aos novos hábitos e faça ajustes na alimentação de acordo com suas tolerâncias individuais.
À medida que você adota uma rotina mais saudável e passa a conhecer melhor o seu corpo, você vai notar um aumento na disposição, na energia e na capacidade de realizar as coisas mais simples do dia-a-dia. Esse será o seu combustível para continuar mudando, pois você vai perceber que vale a pena!
Manter uma alimentação balanceada é uma das melhores formas de se cuidar e ter uma boa qualidade de vida! A melhor notícia é que ela está totalmente ao seu alcance. Vamos lá?
Lembrando que o conteúdo deste e-book não substitui uma consulta médica ou com nutricionista.
Especialmente, porque existem características individuais que precisam ser avaliadas por um profissional especializado.
A colaboração entre os nossos profissionais favorece um tratamento multidisciplinar, eficaz, prático e acolhedor.
O cuidado à saúde começa na forma que atendemos as nossas pacientes, sempre com empatia e compreendendo suas particularidades.
Não tratamos doenças, e sim mulheres. Este é um valor do qual não abrimos mão.
Fundamental em um relacionamento de confiança, para o desfecho do tratamento e bem-estar da paciente.
Profissionais referências em suas áreas de atuação, atualizados e capacitados para oferecer os melhores tratamentos
Juliana Gropp é nutricionista formada pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Especializada em Nutrição nas doenças crônicas não-degenerativas pelo Hospital Israelita Albert Einstein e em Nutrição Clínica pelo Hospital Sírio Libanês.
São mais de 17 anos exercendo Nutrição para ajudar as pessoas a terem mais saúde e qualidade de vida, de uma forma leve, individualizada e duradoura.